sábado, 11 de junho de 2016

LENINE

«Lenine: "Russos e negros"
Que comparação estranha, o leitor pode pensar. Como uma etnia pode ser comparada com uma nação?

É uma comparação possível. Os negros foram os últimos a serem libertos da escravidão, e ainda trazem, mais do que ninguém, as cruéis marcas da escravidão – mesmo em países avançados –, já que o capitalismo não tem “espaço” para outro tipo de emancipação que não seja a formal, e mesmo nesta, se limita da forma que for possível.

No que tange aos russos, a história demonstrou que eles “quase” foram libertos da escravidão servil em 1861. Foi mais ou menos ao nesse mesmo tempo, posterior à Guerra Civil contra os senhores de escravos nos Estados Unidos, que os negros da América do Norte foram libertos da escravidão.
A emancipação dos escravos norte-americanos se deu de forma menos “reformadora" do que a dos escravos russos.

É por isso que hoje, meio século depois, os russos ainda demonstram muito mais traços da escravidão do que os negros. 

De fato, seria mais exato falar em instituições e não meramente em traços. Mas neste curto artigo, devemos nos limitar a uma pequena ilustração do que falamos, nomeadamente, a questão do analfabetismo. 

É conhecido que o analfabetismo é uma das marcas da escravidão. Num país oprimido por pashas, Purishkeviches, e afins, a maioria da população não pode saber ler.

Na Rússia existe 73% de analfabetos, (em 1913) algo exclusivo de crianças menores de 9 anos.
Entre os negros dos Estados Unidos, havia (em 1900) 44,5% de analfabetismo.
Tal percentagem escandalosamente alta de analfabetos é uma desgraça para um país desenvolvido como a América do Norte. Ademais, todo mundo sabe que a posição dos negros nos Estados Unidos em geral é indigna de um país civilizado - o capitalismo não pode dar nem emancipação completa ou igualdade completa.

É instrutivo que entre os brancos nos Estados Unidos, a proporção de analfabetos não é mais do que 6%. Mas se formos dividir os Estados Unidos no que eram as antigas áreas dos detentores de escravos (uma América “russa”) e áreas sem detentores de escravos (Uma América não-russa), devemos encontrar de 11 a 12% de analfabetos entre os brancos na primeira, e de 4 a 6 na segunda!
A proporção de analfabetismo entre os brancos é duas vezes mais alta nas antigas áreas escravistas. 
Não são apenas os negros que demonstram traços de escravidão!
Que vergonha para os Estados Unidos pela terrível condição dos negros!
por Vladimir Ilich Lenin, em 1913
Tradução de Gabriel Duccini»

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