Agência LUSA 20 Jun, 2006, 22:01 | País
O director do jornal comunista Avante! afirmou hoje que Álvaro Cunhal teve uma intervenção "relevante e decisiva" na resposta "às tentativas de desorganização interna" e contra a identidade do PCP nos períodos entre 1987/1992 e entre 1997/2004.
Intervindo na sessão evocativa do antigo secretário-geral do PCP, que morreu a 13 de Junho de 2005, José Casanova considerou que a rejeição de Cunhal a qualquer tipo de "culto da personalidade" não deve impedir que se fale de Cunhal e dos "75 anos de militância revolucionária".
Numa longa intervenção, na sede do PCP/Lisboa, a que assistiram dezenas de militantes e simpatizantes, entre os quais a embaixadora da Palestina e o embaixador de Cuba, José Casanova recordou a "relevante e decisiva" intervenção de Cunhal para afastar "as tentativas de desorganização interna".
Referindo-se aos períodos entre 1987/1992 e 1997/2004, ambos os momentos com desvinculações de importantes militantes, Casanova criticou os que "fingem não saber que abandonando um ou outro princípio" comunista, é toda a identidade do partido que se fragiliza.
"Não se trata de defender Cunhal, trata-se de nos defendermos com Álvaro Cunhal", afirmou, considerando que o ex-líder comunista foi "o mais relevante operário da construção" do PCP e cuja "vida, obra e exemplo o fazem o mais vivo de todos os vivos".
Depois de enumerar as razões apontadas por Cunhal para rejeitar o "culto da personalidade", o dirigente comunista José Casanova rejeitou que essa postura possa resultar num "apagamento" da vida e obra do ex-líder comunista, considerando que "é tempo de começar a falar de Álvaro Cunhal".
Antes, Filipe Diniz, da direcção regional de Lisboa do PCP, abordou a obra artística de Cunhal, desde a literatura aos desenhos e à pintura, considerando que o ex-líder comunista "não teve uma concepção instrumental da criação artística".
Aplaudido de pé tal como Casanova, Filipe Diniz destacou a "procura da liberdade" em casa expressão artística de Cunhal, que se guiou pelo objectivo de "libertação da classe operária".
O director das Edições Avante!, Francisco Melo, que abriu a sessão, anunciou que o primeiro volume das Obras Escolhidas de Álvaro Cunhal, será editado em Novembro deste ano, mês do nascimento do antigo líder comunista.»
Fonte: RTP
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