sexta-feira, 11 de setembro de 2020

FESTA DO AVANTE E ALEIXO

Tributo a António Aleixo: Kussondulola com Té Macedo, Prince Wadada e Kilandukilo

As palavras de António Aleixo vão ecoar bem alto na Festa do Avante! 2006. Tal como já tinha experimentado durante a sua participação no projecto Linha da Frente, Janelo da Costa volta a pegar no poeta popular algarvio para fazer das suas quadras o centro de um espectáculo multifacetado. Os ritmos do reggae dos Kussondulola – grupo que já este ano editou o sétimo álbum de originais, intitulado «Guerrilheiro» – mistura-se em palco com a voz e os sons marcantes de Prince Wadada, músico que absorvendo influências variadas as vai moldando de forma a manter o espírito da luta contra a intolerância, a violência, o oportunismo e o individualismo que caracterizam em boa parte a sua carreira.

A vida continua e a vitória é certa entre o bem e o mal. Foi sempre assim no passado e assim será no futuro. Sempre cultivando um som próprio e original dentro da cultura reggae feita em língua portuguesa.

Este é mais um capítulo da vida dos guerrilheiros kussondulola. Guerrilheiro é o nome do próximo disco de originais da primeira banda de reggae portuguesa, com expressão ao nível dos CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.


Dois conceitos podem ajudar a entender correctamente este álbum. Primeiro, o contexto dos temas circundantes em várias direcções da musica reggae feita actualmente no mundo e dando mais um grande contributo na originalidade instrumental da cena reggae que se faz em Portugal.

Segundo, o modo como a mensagem transmitida nos 13 temas de Guerrilheiro se relaciona profundamente com as crenças do livro da Bíblia. Deste modo, «deixamos que a própria palavra de JAH oriente o nosso raciocínio e a interpretação não será nossa, mas sim Dele», como acredita o mentor do projecto, Janelo da Costa.

É este o imaginário de Kussondulola neste e nos outros álbuns editados nos últimos doze anos. Como nos trabalhos anteriores, Guerrilheiro aposta na liberdade de ideais, segundo a qual cada pessoa pode ter uma opinião diferente, mas sempre que alguém pensa ter entendido alguma coisa, descobre que deixou de considerar pelo menos outra.

No seu mais recente álbum, lançado em Abril, Janelo de Costa convida a todos a ouvir bem este disco (a ouvi-lo com o coração), e a cada um a interpretá-lo à sua maneira. «Nem todas as interpretações estão certas, mas Guerrilheiro tem uma interpretação divina», defende o artista.

Os concertos de reggae não são uma moda, não são o novo. São o espírito convertido em música, uma vontade de dizer o que está à volta dos homens. Fazem-no através de canções que dançam nos nossos pés e marcam o nosso coração. Os kussondulola são os felizes descobridores, que nos colonizam a alma e a cabeça com refrões infalíveis e verdadeiros, com a intimidade dos vizinhos de sempre. Os concertos de reggae são uma família que apetece visitar. Há muitos anos que os kussondulola põem o people a dançar.


Concertos memoráveis das várias tournés:

Concertos como os realizados em Portugal e Espanha ficaram na memória de todos. “Dança no Huambo/ pim pam pum / cada bala mata um / lá em cima do Huambo / tem um copo com veneno / quem bebeu morreu”, ganharam corpo e foram aproveitados pela novíssima geração de músicos nacionais.

“Tá-se Bem – Pim Pam Pum” foi primeira parte de UB40 em Cascais, no Verão de 1996. Quem não se lembra dos concertos de homenagem a Bob Marley, no Teatro da Comuna, na Barraca, na Festa do Avante de 1997 (com cerca de 25 músicos, bailarinos e dançarinos em palco) ou em Coimbra, quando ao chover torrencialmente várias bandas abandonaram o palco e os kussondulola continuaram a tocar?

A tournée “Tá na Área”, de divulgação do disco “Baza Não Baza” (1998), levou pela primeira vez os Kussondulola a Espanha, para participar, entre outros espectáculos em Madrid, Galiza ou San Sebastian, num festival de reggae em Barcelona, com cerca de cinquenta bandas de todo mundo da “cena” reggae. Com a mesma intensidade, o público açoreano acorreu em massa a Hangra do Heroismo, para partilhar da grande festa que foi o concerto de Kussondulola.

Para o disco “Amor é Bué”, a tournée “Bué” gerou uma grande movimentação de novos músicos, que tocaram ao vivo em concertos como os do Hard Club, no Porto ou na Ovibeja.

Entre 2000 e 2005, os Kussondulola realizaram mais três tournées, “Kilapangasembareggae” (que deu origem ao primeiro selo da editora Label-Kussondulola, com o disco “Tens de Viver!, Vive”), “Cumué” (O melhor dos Kussondulola, em 2004) e “Survive” (Todos os dias, em 2005).


A história começa há muitos anos, muito longe.

Algures no território a que hoje chamamos Angol

Mayombé é a segunda maior floresta do mundo, situada em Angola, no Concelho de Cabinda

E hoje estamos nos dias do Mayombé. Em 2006, os Kussondulola vão prestar uma homenagem à Mãe-Natureza. Mayombé é a segunda maior floresta do mundo situada em Cabinda, Angola. Este é também o nome da nova tournée da maior banda de reggae nacional, que arrancou a 8 de Abril com a apresentação do novo álbum de originais, intitulado “Guerrilheiro”.


Sinopses dos temas:

Lua Luanda - Luanda foi fundada em 1575 pelo explorador português Paulo Dias Novais, como São Paulo de Luanda. Após a ocupação holandesa, entre 1640 e 1648, que lhe deu o nome de Fort Aardenburgh, a cidade sofreu um rápido e dramático crescimento, até cerca de 1975.

Dengue foi JAH – Onde vai parar este mundo? É uma pergunta constante na mente da         humanidade

Todos os dias – São os últimos dias, mantenha-se vigilante…

Quem precisa ajuda – Ajuda para toda a Humanidade!

Sexo rápido – A capacidade de transmitir vida por meio das relações sexuais precisa de ser tratada com grande respeito

Meninas são crianças – Para as minhas irmãs e irmãos de todo o mundo

Legalizem a bula – Este tema é uma homenagem a Peter Tosh

Falsos heróis – Como podem ser distinguidos os verdadeiros profetas dos falsos

Poeta do povo - Homenagem a António Aleixo, o poeta do povo

Cambaio trumungueiro - Uma, duas, três da manhã não queimes os dedos.....

História – Mais um capítulo na história: «Sempre foi assim nesse lugar, os deuses da guerra sempre disputaram esse lugar. Olha essa história. Essa história aconteceu»

Sou do Planeta – Pessoas do mundo façam tudo de bom porque alguém lá em cima está observando 


Discografia:

“GUERRILHEIRO” - 2006

“SURVIVOR” - 2005

“COMUÉ” – 2004

“VIVE TENS DE VIVER” -  2003

“O AMOR É BUÈ” – 2001

“BAZA NÃO BAZA” – 1998

“TÁ-SE BEM” – 1995 


Saudações e Vibrações Positivas a todos os que se juntarem a esta grande festa de Paz e Amizade em prol de um mundo melhor!

www.kussondulola.com


Benuína Macedo (Té Macedo)nasceu em Luanda - Angola em 05.06.1970, aonde iniciou seus estudos musicais na Academia de Música de Luanda, auferindo em 1988 de uma bolsa da cooperação Portuguesa, ingressou no Conservatório de Música de Lisboa aonde estudou piano e canto paralelamente, tendo terminado este último na classe da Professora Filomena Amaro, obtendo a classificação final de 18 valores.

Foi reforço dos coros da Opera do Teatro Nacional S. Carlos e do coro Gulbenkian.

Seu belíssimo timbre e excelentes qualidades vocais têm-lhe valido cartas elogiosas de Mestres, Maestros e Jornalistas, sendo já considerada pela imprensa como a "voz Lírica de Angola, ou Angola na voz de um Anjo!)

Sob o signo de "Prima-Dona" ou "Primeira Dama" é também a primeira marimbeira profissional vinda de um meio urbano, facto inédito já que por questões de cultura e tradição, a marimba é um instrumento reservado aos homens.

Tem vindo a aperfeiçoar-se na arte do Hungu (berimbau) e Kissangi.

Esta versatilidade instrumental e vocal levaram-na à autoria do primeiro projecto Angolano Lírico de fusão, ou seja, Té Macedo pegou em temas do cancioneiro Angolano e deu-lhes uma roupagem erudita, organológicamente casando a orquestra sinfónica com instrumentos tradicionais e vocalmente imprimindo-lhe uma forte componente lírica, o projecto que veio amadurecendo desde 1997, foi agora gravado em Cuba com a Sinfónica Nacional, e contou com a participação do renomeado cantor / autor Pablo Milanés e as primeiras figuras da ópera cubana.


Prince Wadada é um nome que se confunde com a cultura dos soundsystems portugueses, sendo um ícone importante na recente e forte afirmação do reggae no nosso país.   Exímio vocalista raggamuffim, ex-membro do projecto “Linha da Frente”, partilhou o palco com músicos como Gentleman & Far East Band, Melo D e Charly Skank Band, acrescentando à sua carreira um vasto leque de participações em trabalhos de Kussondulola, Bad Spirit, Cool Train Crew, Eduardo Paim, Germaican Soundsystem, entre outros. A vibração é profunda, mas não tão profunda como a alma que se desprende da voz rouca de Prince Wadada que tem agarrada ao seu timbre a cor própria de Angola e o doce balanço de uma terra imensa que se espraia em cada canto de “Natty Kongo”.

Wadada é uma voz conhecida de todos os que seguem com um mínimo de atenção as sinuosas viagens do som reggae/dance-hall em Portugal. Como toaster de serviço ao Dubadelic Soundsystem, Prince Wadada tem percorrido todo o país, colocando certeiras palavras naqueles pontos em que o groove pede uma intervenção mais afirmativa. Com o microfone bem dominado, Wadada integra-se numa longa tradição de “deejays” que, desde a Jamaica clássica até à Zion global dos dias de hoje, tem feito muito para impôr uma vibração positiva neste planeta. Mas mais do que explorar exaustivamente uma determinada tradição ou atitude mais específica, Wadada tem preferido abraçar a música com um entusiasmo puro que lhe permite coleccionar no seu currículo colaborações com gente tão distinta como os Kussondulola (com quem gravou em 1999), o “supergrupo” Linha da Frente ou, mais recentemente, os Mentes Conscientes, projecto paralelo dos veteranos hip hoppers Micro.

Para lá dessas colaborações gravadas, Prince Wadada foi pisando o palco ao lado de projectos como Gentleman and far east band, coolHipnoise, e General D. E a ligar todos esses momentos o que se encontra é a procura de uma voz e um lugar próprio. Primeiro com a edição de “Kem é Kem”, o seu registo de estreia, em 1998, seis bem preenchidos anos depois, chega “Natty Kongo”.

As influências originais recebidas de gente como Yellow Man ou Buju Banton continuam presentes, mas o mais interessante da estreia de Prince Wadada é o facto de ao adoptar a linguagem do Roots Reggae como ponto de partida ele conseguir, ainda assim, criar um som que cruza múltiplas referências – culturais, geográficas, musicais e até espirituais.

Claro que o balanço principal de “Natty Kongo” é puro Roots, mas há ecos de drum n’ bass, acid jazz, dancehall, hip hop e até de clássicas baladas rock and roll (escute-se, por exemplo, “Anabela Toi et Moi”). Para tanto contribui o facto do disco ter sido gravado num descontraído ambiente “live”, em Faro, no estúdio Air-Born pelo técnico Edwin Spellbrink. A mistura final e a masterização ficaram a cargo do veterano Joe Fossard que será igualmente o responsável pelas versões dub que serão editadas mais tarde.

A excepção surge no tema “Poder da Kriação”, com um beat e uma rima de D-Mars, que assim retribui a participação de Wadada em “A Cidade Respira” dos Mentes Conscientes. Trata-se de um tema de demanda espiritual sobre ritmos sintéticos cozinhados num sampler.

Homem capaz de aguentar o impacto de Soundystems, Wadada, claro, não estranha a mudança de cadência de um disco construído essencialmente com o resultado da interacção de uma série de músicos.

A ponta de lança desta colecção de canções é, claro, “Táxi Para Luanda”, o single que tem coleccionado uma invejável carreira nas listas de airplay das mais significativas rádios nacionais. Hino à saudade dedicado a todos quantos, como Wadada, largaram Luanda à procura de um sonho. Mas Wadada está de olhos bem abertos e “Natty Kongo” foi uma conquista bem real. Acreditem…

Os direitos fundamentais do Homem são o principal foco de atenção num trabalho onde momentos de fúria se transformam num grito de apelo à paz e o amor coabita com a rebeldia transmitindo as linguagens do reggae e do dance-hall em português com sotaque de Angola.

“Entendimento” é um trabalho apurado que reflecte emoções, batalhas e relações que se travam todos os dias numa sociedade cada vez mais intolerante, violenta, oportunista e individualista. Influências da música espiritual rastafariana mantêm-se presentes, como ponto de “Entendimento” tal como em trabalhos anteriores: “Kem é Kem” (1999) e “Natty Kongo” (2004).

Wadada é o compositor da totalidade das faixas, tendo a interpretação instrumental ficado a cargo da “Kimbangui Band”, composta por músicos como Nuno Reis (ex-Cool Hip Noise), Ian Muzcnick (ex-Los Tomatos), Batata e Pardal. Temas como “ Jah Já Sentiu” com a participação de Marta Ren (Sloppy Joe) e “ Aldeia” com a força especial de Bezegol (MatoZoo), proporcionam uma viagem onde a positividade reina.

A experiência do teclista Charly Skank, músico/produtor de invejável currículo (trabalhou com Alpha Blonde e Wailers), veio enriquecer um trabalho certamente apreciado por todos os amantes da música Jamaicana. A percussão ficou a cargo de Ndú que emprestou a sua alma a este trabalho. O disco foi gravado nos estúdios The Vault em Matosinhos, representando uma marca importante para a Matarroa, a sua décima edição em pouco mais de 2 anos de forte representação indepedente na música portuguesa.


O Ballet Tradicional Kilandukilu, é um grupo de dança e música tradicional, que foi criado em Março de 1984 no Bairro Maculusso em Luanda, na República da Angola, por jovens entusiastas pela arte de dança tradicional sem distinção de raças e sexo.

O grupo pauta-se pela divulgação da arte africana, em especial a angolana, através de uma leveza de movimentos que, aliada ao som dos instrumentos tradicionais, não deixa perder os valores tradicionais.

Adequando-se a espectáculos de dança tradicional dos mais variados estilos, os Kilandukilu são consagrados hoje Ballet tradicional, fruto de longos anos de trabalho e também pela evolução que a dança tem vindo sofrer.

O grupo, cujo nome originário do dialecto Kimbundo significa divertimento, desenvolve o seu trabalho artístico em áreas como a música folclórica, danças recreativas, danças de salão de Angola, danças tradicionais de Angola, danças africanas contemporâneas, danças guerreiras, fúnebres e rituais.

Tendo por único objectivo o desenvolvimento da cultura angolana, os Kilandukilu actuam em Portugal e Angola, tendo já participado em inúmeros festivais internacionais (XIIº Festival Mundial da Juventude e Estudantes – ex-URSS; 1º Festival Internacional de dança de África – Angola; 1º Encontro Internacional da Juventude dos Países Africanos de expressão Portuguesa e Portugal- Portugal; XIIIº Festival Internacional da Juventude e Estudantes Coreia do Norte

- Pyongyang; 1ª Troca de experiência de dança e música folclórica com o Reino da Suécia, em Gotemborg e Stocklomo; XIIIº Encontro Internacional de Teatro Aberto em Wroclaw – Pólonia; 8ª Bienal Internacional de Dança e Música Folclórica em Roodepoort - África do Sul; participação nos 300.º aniversário do Zumbi dos Palmares na República Federal do Brasil - Brasília, Rio de Janeiro, Baía, São Paulo, Maceo, Minas Gerais; 20º aniversário da Independência de Angola na República Federativa do Brasil – Brasília; Festival Internacional da YUSY em Bona (Alemanha); Festival Internacional de Dança e Música Folclórica em Roodepoort - África do Sul; quadra festiva de alusão à independência de Angola- Cuba; quadra festiva alusão a independência de Angola – Japão.

Em Portugal participaram em espectáculos como a Festa do Avante, Expo 98, Queimas de Fitas, festivais de Danças Tradicionais, festas de cidades/Câmaras Municipais (Lisboa,  Odemira, Aveiro, Guarda, Seixal, Loures), festas dedicadas a África e à cultura africana, entre outros.

Prémios

1984 - Participação no 1º Simpósio Nacional de Cultura

1984 - 1º Lugar Festival provincial dos Trabalhadores

1985 - 2º Lugar 1º Festival Nacional para Trabalhadores

1995 -1º Lugar na 8ª Bienal Internacional de Dança e Música Folclórica em Roodepoort, (África do Sul)

1995 - considerado dos três melhores coreógrafos do Festival Internacional de dança e Música Folclórica na África do Sul

1995 - considerado o Coreografo do ano de Angola

1996 - Prémio Cidade de Luanda

1996 - Prémio Revelação (Angola)

1997 - 2º Lugar no Festival na 8ª Bienal Internacional de Dança e Música Folclórica em Roodepoort, (África do Sul)

1998 - Prémio Identidade (Angola)

1998- Prémio melhor grupo de dança africano em Portugal, atribuído pela Rádio de Leiria

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