quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

DOMINGO SANGRENTO

Domingo Sangrento - Império Russo - São Petersburgo (Petrogrado) - 22 de Janeiro de 1905
22 de Janeiro de 1905: Domingo sangrento em São Petersburgo. Dois mil operários são massacrados pela Guarda do czar. O acontecimento conduziria à Revolução.

O Domingo Sangrento foi um massacre que aconteceu em 22 de janeiro de 1905 na cidade de São Petersburgo, no Império Russo, onde manifestantes marcharam pacificamente até ao Palácio de Inverno para apresentar uma petição ao czar, mas foram baleados pela Guarda Imperial. A marcha foi organizada pelo padre George Gapon, que colaborou com Sergei Zubatov da Okhrana, a polícia secreta czarista, para destruir organizações de trabalhadores. Os grupos envolvidos nesse conflito foram a população no geral, os partidos e os movimentos revolucionários tiveram também seu inicio após esse domingo sangrento.

Na manhã gelada do domingo, 22 de Janeiro, uma multidão de 100 mil pessoas dirigiu-se então para a residência do czar, o Palácio de Inverno de São Petersburgo. A residência estava protegida pelos militares, com o apoio da cavalaria dos cossacos. Mas a multidão era pacífica. Não eram os aspectos revolucionários que predominavam na marcha, mas sim os ícones de santos da Igreja Ortodoxa, os estandartes eclesiásticos, as ladainhas rezadas. Por onde passava o cortejo, nas ruas de São Petersburgo, as pessoas faziam o sinal da cruz, e muitas juntavam-se a ele.
Quando a multidão se aproximou do palácio, ouviram-se os primeiros disparos. Sobre o massacre que se seguiu, existem divergências de interpretação. Algumas fontes falam de um acto espontâneo e inconsequente. Outros historiadores acreditam, porém, que o banho de sangue foi premeditado.
O número de mortos é incerto, mas as autoridades da época assumiram 930 mortos e 333 feridos; fontes anti-governo afirmam que os tiros mataram mais de quatro mil pessoas, estimativas moderadas ainda estipulam uma média de cerca de mil mortos e feridos, tanto pelos tiros quanto pisoteados pela população durante o pânico. Outra fonte observa que a estimativa oficial de mortos era de 130 pessoas.Há relatos que no dia até a neve ficou vermelha. O czar Nicolau II descreveu o dia como "doloroso e triste". Conforme relatos, a desordem civil e saques explodiram por toda a cidade. A marcha de Gapon foi aniquilada naquele dia e ele rapidamente deixou a Rússia. De acordo com uma versão, ao voltar para a Rússia em outubro, Gapon é assassinado por ordem da Organização de Combate do Partido Social-Revolucionário depois que ele revelou ao seu amigo Pinhas Rutenberg que estava trabalhando para a Okhrana, a polícia secreta.
Este evento foi classificado pelo embaixador britânico na época como um impulso para atividades revolucionárias na Rússia e contribuiu para a Revolução de 1905. O escritor Leo Tolstoy também foi afetado emocionalmente pelo incidente.
A sangrenta repressão da marcha de protesto diante do palácio do czar em São Petersburgo foi o ponto de partida para as rebeliões que se seguiram. Poucos dias mais tarde, a população de Varsóvia – na época, administrada pela Rússia – saiu às ruas para protestar. Novamente, o regime czarista mandou abrir fogo contra os manifestantes.
Os protestos eclodiram em toda a Rússia. Em Outubro do turbulento ano de 1905, após uma greve geral, o czar Nicolau II assinou um decreto conhecido como Manifesto de Outubro. Ele abriu caminho para as primeiras eleições parlamentares livres. Isso marcou, ao mesmo tempo, o fim da primeira revolução russa, que começara de maneira sangrenta em São Petersburgo.

(Imagine Wikipédia: O massacre do Domingo Sangrento em São Petersburgo)

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