«A mentira do 25 de Novembro de 1975
Em frente às câmaras da RTP, no rescaldo do 25 de Novembro de 1975, o Coronel Jaime Neves, dos Comandos, deu claramente a entender a iniciativa do golpe:"tivemos de ser nós a arrancar", ou seja, assumiu a autoria do golpe (Ver link no fim do texto). Esta é uma das muitas evidências que provam que nunca houve uma tentativa de golpe de esquerda ou comunista como diz a extrema-direita, o PSD, PS e CDS.
Para melhor percebermos o que aconteceu no 25 de Novembro de 1975, os paraquedistas decidiram ocupar as bases aéreas como reacção a sucessivas provocações feitas ao longo do mês de Novembro por ordens de militares afectos ao Grupo dos 09, que primeiro determinaram a desactivação da unidade, depois congelaram os seus vencimentos, e, finalmente, mandaram cortar o fornecimento de alimentos e electricidade à base aérea de Tancos; em resposta, um golpe, chefiado por Ramalho Eanes, com o comando operacional em Jaime Neves e Pires Veloso, com uma "força militar muito diminuta", uma vez que as restantes unidades militares ficaram "neutras", põe em marcha um plano que visava pôr fim ao processo revolucionário. A ocupação dos páras foi de protesto, nunca para tentar um golpe.
O golpe contra-revolucionário já estava a ser preparado desde Setembro de 1975, e a saída dos "páras" foi um pretexto para o "Grupo dos 9" e seus aliados (entre eles o CDS, PS, PPD, a extrema-direita e a Igreja católica reaccionária) dar um ponto final na revolução. Meses antes, o golpe contra-revolucionário já tinha começado dentro dos quartéis com os saneamentos aos oficiais e soldados revolucionários, vários deles que tinham participado no 25 de Abril. Convém referir que durante os 19 meses do PREC, o poder político estava no povo, que se organizava nas suas respectivas comissões. Havia o controlo operário, auto-gestão das empresas pelos trabalhadores, a reforma agrária, as nacionalizações das empresas monopolistas, grandes manifestações de apoio à revolução socialista e ao poder popular, etc. É óbvio que isso incomodava os poderosos que não gostaram de perder os privilégios. O primeiro ministro do VI governo provisório Almirante Pinheiro de Azevedo, em meados de Outubro de 75, falou à revista Times a dizer que precisaria de um mês" para pôr o país na ordem". Curiosamente, um mês depois deu-se o 25 de Novembro.
Dias antes do 25 de Novembro, Brigadeiro graduado António Pires Veloso, ligado à extrema-direita, afirmava que era preciso «acabar com essa insurreição» popular, «disciplinar as Forças Armadas e retirar o povo da rua». Tal veio a acontecer.
A teoria de que O PCP, a mando dos soviéticos, planeava um golpe de estado é facilmente desmontada em vários documentos históricos. Até os documentos secretos da embaixada dos EUA, divulgados pela Wikileaks, mostram que o PCP defendia os moldes do actual sistema político (ver link nº2). Por outro lado, Costa Gomes, presidente da República em 1975, viajou para Moscovo semanas antes do 25 de Novembro onde foi avisado pelo Brejnev, líder da URSS, no sentido de Portugal abandonar a via socialista, uma vez que seria um projecto contrário à política de "coexistência pacífica" acordada tacitamente com os EUA.
Posto isto, a esquerda não tinha em preparação qualquer golpe. Mas ao invés o outro lado tinha. E hoje dá perfeitamente para ver quem foram os "vencedores" do famigerado golpe. São eles os tais poderosos, os "Donos de Portugal", os banqueiros, a oligarquia política que nos têm desgoverno desde o 25 de Novembro de 1975 e que nos trouxeram para esta miséria do Capitalismo selvagem e a este empobrecimento.»
Vídeo em que Jaime Neves confessa o golpe: ligação
Link nº2: ligação
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