segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

POEMAS DE NATAL

Último Poema
Por Eugénio de Andrade

É Natal, nunca estive tão só.
Nem sequer neva como nos versos
do Pessoa ou nos bosques
da Nova Inglaterra.

Deixo os olhos correr
entre o fulgor dos cravos
e os dióspiros ardendo na sombra.
Quem assim tem o verão
dentro de casa
não devia queixar-se de estar só,
não devia.

Eugénio de Andrade, in 'Rente ao Dizer'

Sem comentários:

Enviar um comentário