sábado, 8 de maio de 2021

JORGE RISQUET VALDÉS

Nilo de Jesús Risquet Valdés Saldaña, nasceu em Los Pinos, Havana a 6 de Maio de 1930 e faleceu a 28 de Setembro de 2015, com 85 anos

Militante comunista desde novo, incorporou-se na luta contra o regime de Fulgêncio Batista, participou como internacionalista em África e ocupou diferentes cargos nas Forças Armadas Revolucionárias, no Partido e no governo.

Em 1943 ingressou na Juventude Revolucionária Cubana, com 13 anos de idade.

Em 1944, ao criar-se a Juventude Socialista (JS), participou na sua organização. No ano seguinte no Primeiro Congresso da organização juvenil do Partido, foi eleito membro do Comité Nacional, cargo que manteve até 1958.

Desde 1945 até 1950 trabalhou no jornal Mella, órgão da Juventude Socialista, chegando a ser Chefe de Redacção e Director.

De Maio de 1952 até finais de 1955 ocupou o cargo de Delegado da Juventude Socialista na Federação Mundial da Juventude Democrática (FMJD), em Budapeste, Hungria.

Na FMJD foi nomeado responsável pela América Latina.

Em Março de 1953, devido ao seu cargo, participou no Encontro Internacional para os Direitos da Juventude, efectuado em Viena, Áustria. A delegação de Cuba foi presidida pelo jovem estudante Raúl Castro Ruz.

Raúl Castro e Risquet participaram em Bucareste, na constituição do Comité Preparatório do IV Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes, que teria lugar na capital da Roménia entre os meses de Julho e Agosto de 1953.

Durante a celebração desse Festival Mundial teve lugar a 26 de Julho, o heróico assalto ao Quartel Moncada, encabeçado por Fidel.

Em 1954, no seu terceiro trajecto pela América Latina, foi à Guatemala para a organização de um evento regional de solidariedade.

Em Junho desse ano ocorreu a invasão mercenária organizada pelos Estados Unidos contra o governo progressista de Jacobo Arbenz.

Ali participou na resistência juvenil clandestina à sangrenta tirania, durante vários meses.

Durante a sua estadia neste país conheceu o jovem médico argentino Ernesto Guevara. Saiu da Guatemala clandestinamente em Setembro.

Regressou clandestinamente a Cuba nos finais de Dezembro de 1955.

Tinha realizado visitas de trabalho a mais de 20 países da Europa e da América.

Incorporou-se imediatamente no trabalho da Juventude Socialista que então se desenvolvia em condições clandestinas.

Foi nomeado Presidente da organização juvenil na cidade assim como membro da Direcção Executiva do Partido Socialista Popular provincial.

A 22 de Dezembro de 1956 foi detido pelas forças repressivas à saída de uma reunião clandestina.

Ele e outro camarada foram conduzidos à Policía Nacional, onde foram brutalmente torturados e interrogados.

Após uma semana de torturas a 29 de Dezembro passaram para o Gabinete de Investigações, onde foram metidos num calabouço, onde os privaram de alimentos e água.

Inexplicavelmente o coronel Orlando Piedra Negueruela, devolveu-os à Sétima Estação a 31 de Dezembro de 1956, na qual permaneceram até 9 de Janeiro de 1957.

As denúncias da imprensa e o recurso ao Habeas Corpus a favor dos detidos, obrigaram Esteban Ventura, Carratalá e Hernando Hernández a ir aos tribunais e declararem que não tinham notícias deles.

Nesse mesmo dia foram levados de forma clandestina para a cidade de Matanzas.

Hernando Hernández e Orlando Piedra convocarama uma conferência de imprensa, onde anunciaram que Risquet e Padilla tinham sido detidos nessa cidade no próprio dia 9 de Janeiro.

Foram absolvidos no tribunal e acabaram por ser libertados, pela campanha da imprensa.

Após sair da prisão novamente incorporou-se no trabalho clandestino em Havana, agora promovido a 2º Secretário do clandestino Comité Nacional da Juventude Socialista.

Depois incorporou-se no Exército Rebelde, na 2ª Frente Oriental, sob o comando de Raúl Castro.

A 1 de Janeiro de 1959, entra em Santiago de Cuba com as forças do Comandante em Chefe Fidel Castro, Raúl Castro e Juan Almeida Bosque, onde se proclamou o triunfo da REVOLUÇÃO CUBANA!

De 1959 até 1965, Risquet ocupou diferentes cargos na região oriental do país, entre eles o de Responsável Político e Chefe de Operações do Exército Oriental, 2º Secretário do Partido Unido da Revolução Socialista (PURS) no Oriente e a tarefa da organização.

Em 1965 começou a colaboração internacionalista de Risquet com África.

A esse respeito, Fidel Castro escreveu o seguinte::

“…en julho desse mesmo ano (1965) isto é,, apenas três meses depois da chegada do Che ao Congo, enviámos um contingente de aproximadamente 250 homens, escolhidos entre os nossos combatentes, sob a direcção do companheiro Jorge Risquet. Chegaram a Brazzaville, no outro Congo. Enviamo-los para defender o governo nacionalista de Masemba Debat e para, a partir daí, dar ajuda ao Che, que se encontrava nos confins orientais do outro Congo”. “Mas, Risquet e os seus homens em Brazzaville, começam também a formar combatentes de outras guerrilhas. Em particular, treinar as gentes do Movimento para a Libertação de Angola (MPLA). Em pouco tempo, prepararam homens suficientes para constituir três colunas que, desde Brazzaville, se incorporaram nas guerrilhas angolanas”.

Em 1965 constituiu-se o primeiro Comité Central do Partido Comunista de Cuba (PCC), Risquet, que estava em África integra-o e foi reeleito como seu membro nos seis congressos do Partido.

De regresso a Cuba, Jorge Risquet foi designado Ministro do Trabalho, cargo que desempenhou desde 1967 até 1973.

Nesse mesmo ano foi eleito para membro do Secretariado do Comité Central até 1990, em que este órgão se dissolveu.

Em Dezembro de 1975 assumiu a missão de máximo representante do Partido Comunista de Cuba e do Governo de Cuba em Angola, em colaboração directa com o Presidente Agostinho Neto, até Maio de 1979.

Como membro do Secretariado com as tarefas das relações exteriores e membro do Bureau Político prosseguiu a sua estreita relação com África, incluindo os movimentos de libertação SWAPO, ANC, PCS, ZANU, ZAPU, na década de 1980 – 1990 e realiza frequentes viagens ao continente africano.

Foi encarregado de coordenar a colaboração militar com o ANC na preparação dos seus quadros em Cuba, em 17 especialidades diferentes da luta clandestina e na acção guerrilheira.

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