sexta-feira, 25 de abril de 2014

25 DE ABRIL REVOLUÇÃO

«Nada se faz por acaso. «Marcelo Caetano adorava falar de "evolução na continuidade"». Lembro-me que em 2004 a propósito da celebração dos 30 anos do 25 de Abril, o Governo de Portugal, cujo o primeiro ministro era Durão Barroso, estabelecer o slogan "25 de Abril é evolução". Um artigo da época:

A (r)evolução que não chegou à cultura e ciência
Durão Barroso enfrentou ontem, no penúltimo dia das comemorações do 25 de Abril, as críticas de dois sectores tradicionalmente pobres: a ciência e a cultura. Na inauguração do Instituto de Ciências Fisiológicas, da Faculdade de Medicina de Lisboa, teve de escutar a censura do Magnífico Reitor da Universidade de Lisboa, José Barata Moura, à Lei-Quadro da Autonomia Universitária. O que ficou sem resposta do primeiro-ministro.
Uma lei que Barata Moura disse ser «inaceitável» para qualquer universitário. Fez, por isso, um apelo ao primeiro-ministro: «Estamos ainda a tempo de mudar», deixando perceber que as universidades querem ser livres do ponto de vista administrativo, financeiro e patrimonial. Durão exultou o investimento do Governo na ciência, mas deixou o Magnífico Reitor sem qualquer resposta.
Talvez porque não tenha gostado de o ouvir a criticar, no seu genial filosofar, o lema «25 de Abril é evolução», escolhido pelo Governo na celebração dos 30 anos da revolução. «Não vou falar dessa aférese ideológica, perdão, patológica que tem infectado algumas mentes, que como uma dislexia privada, tem deixado cair o "r" da palavra revolução...»
Ora o lema, enquadrado por uns cravos inspirados na Pop Art de Andy Warhol, estava espalhado pela Torre do Tombo, onde Durão Barroso fez a entrega simbólica do espólio do arquivo Marcelo Caetano e a apresentação do Projecto Atlas de Portugal.
Também aqui, Durão Barroso ouviu o director do Instituto de Arquivos Nacionais, Pedro Dias, dizer que a «revolução não chegou aos arquivos em Portugal» pela falta de visão sobre os mesmos.»
Fonte: DN

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