quarta-feira, 2 de abril de 2014

AMBIENTE

«Espécies Autóctones
O termo autóctone é sinónimo de nativo ou indígena, isto é, diz respeito a seres vivos originários do próprio território onde habitam.
(Confragi, 2006)

Qual a importância das espécies autóctones?

As espécies autóctones estão mais adaptadas às condições edafo-climáticas do território, sendo mais resistentes a pragas, doenças e a períodos longos de estio e chuvas intensas, em comparação com as espécies introduzidas.
(Confragi, 2006)

A importância da preservação das florestas autóctones, nomeadamente de Quercus suber (sobreiros), Quercus (carvalhos), Fraxinus (freixos) e Alnus (amieiros), devido ao seu papel conservacionista da manutenção da fertilidade do espaço rural, do equilíbrio biológico das paisagens e da diversidade dos recursos genéticos, é reconhecida por diversa legislação nacional e comunitária, tal como o Decreto Regulamentar n.º 55/81 de 18 de Dezembro, a Lei de Bases do Ambiente, as Boas Práticas Florestais e a Directiva Habitats. O Quercus suber (sobreiro) e o Quercus rotundifolia (azinheira), representam no seu conjunto, aproximadamente, cerca de 37% da área florestal portuguesa, são protegidos pelo Decreto-Lei n.º 169/2001 de 25 de Maio, tendo sido alterado pelo Decreto-Lei n.º 155/2004 de 30 de Junho.

Sem a devida protecção legal, não se conseguirá travar o desaparecimento desta importante e singular floresta autóctone - os carvalhais portugueses.

A maioria das áreas de bosques autóctones, para além do seu valor ambiental, é também um componente importante no que concerne no pastoreio de percurso de ovinos, nas actividades apícolas e como suporte de cogumelos silvestres. As espécies autóctones caracterizam-se por uma elevada densidade florística, o que por sua vez proporciona uma elevada diversidade de fauna.

“Esperamos que todos saibam reconhecer o valor das florestas naturais de Portugal para que as futuras gerações ainda as possam conhecer e usufruir delas” (Quercus, 2004).


Sabia que…

• Os carvalhais autóctones constituem, apenas, 4% da nossa floresta actual e não possuem qualquer protecção legal, apesar da sua elevada importância ecológica;

• As principais ameaças das florestas autóctones são:

- Incêndios;
- Pragas;
- Doenças;
- Invasão por espécies não autóctones;
- Cortes prematuros e desordenados.

Dicas:

- Cuidados a ter na escolha de uma espécie

Quando se opta por espécies não indígenas é necessário ter noção que se pode levar a situações de competição com as espécies autóctones, que pode existir a facilidade de transmissão de agentes patogénicos ou de parasitas e afectar seriamente a diversidade biológica e as actividades económicas, o que pode conduzir a prejuízos irreversíveis. O controlo ou a erradicação de uma espécie introduzida, que se venha a tornar invasora, é um processo complexo e dispendioso, como o exemplo da Acacia dealbata (mimosa);

- Para mais esclarecimentos sobre quais as árvores mais adequadas na sua região, contacte a Direcção Geral dos Recursos Florestais (DGRF) ou o Serviço Municipal de Protecção Civil (SMPC);

- A participação e colaboração de todos são fundamentais para a protecção da nossa floresta autóctone, nomeadamente na recolha de algumas sementes, na sua germinação e plantação.

Estudos de impacte ambiental e monitorização da sua dispersão devem ser sempre realizados aquando da introdução de novas espécies florestais. A exploração de eucaliptais e de pinhais, espécies não indígenas,  constituem importantes factores para o desenvolvimento da economia do país e também para a protecção contra propagação de fogos, pragas e doenças, como o Pinus sylvestris (pinheiro silvestre). 

A preservação de muitas das espécies autóctones passa, também, pela sua utilização na recuperação de áreas ardidas; como elementos de descontinuidade nos povoamentos de monoculturas; como espécies de bordadura nos povoamentos; na protecção dos leitos das linhas de água e nos jardins e espaços verdes.

Espécies autóctones mais frequentes da nossa floresta.


Espécies da Floresta Mediterrânea Azinheira

NOME COMUM  - NOME CIENTÍFICO

Azinheira - Quercus rotundifolia
Carvalho - Alvarinho Quercus robur
Carvalho - Negral Quercus pyrenaica
Carvalho - Português Quercus faginea
Cerejeira - Brava Prunus avium
Medronheiro - Arbutus unedo
Pinheiro-bravo - Pinus pinaster
Pinheiro-manso - Pinus pinea
Sobreiro - Quercus suber
Zambujeiro - Olea europaea var. sylvestris

Espécies riícolas (associadas a recursos de água)

NOME COMUM  - NOME CIENTÍFICO

Amieiro - Alnus glutinosa
Borrazeira-preta - Salix atrocinerea
Choupo-negro - Populus nigra
Freixo - Fraxinus angustifolia
Salgueiro-branco - Salix alba
Ulmeiro - Ulmus minor

Por razões de calor e humidade, Portugal dispõe de uma flora rica e variada. Há mesmo, na Madeira, uma amostra do que foi a flora antes da última era glaciar: a laurissilva. 

E, todavia, os Portugueses não se mostram muito conhecedores das espécies autóctones e da sua adequação aos meios que as viram nascer, prosperar e perdurar (Valente de Oliveira, 2006).

“As espécies autóctones são mais resistentes" (Autor desconhecido, s/d).


DIA DAS ESPÉCIES AUTOCTONES - 23 de Novembro

O dia das espécies autóctones, 23 de Novembro, foi criado para promover a difusão da importância económica e ambiental da conservação das florestas autóctones e a necessidade de as proteger da destruição.»
Fonte: Eco Guia

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