A TSF começa a apanhar o comboio do jornalismo em Portugal, que tem como maquinista o Correio da Manhã, que passa muito por abandonar o jornalismo e ser uma câmara de eco dos preconceitos das caixas de comentários. No futuro, quando se falar na extinta arte do jornalismo, os investigadores vão ter de responder à questão: "O que nasceu primeiro, a notícia ou a caixa de comentários?"
No Fórum TSF perguntou-se o que os portugueses achavam da proposta do Chega de confinamento especial para ciganos. Estamos a assistir a um exercício de liberdade sem precedentes. Aliás, estamos a alargar o conceito de liberdade, muito como uma pessoa obesa vai alargando e saltando de furinho em furinho no cinto.
Na liberdade antiga, apenas se discutia o futuro, de como poderíamos melhorar a liberdade, enterrando assuntos que se consideravam obsoletos. Só que esses assuntos eram discutidos por pessoas que estudavam. Ora, com o advento das redes sociais, as pessoas que estudavam foram colocadas em causa por pessoas que têm internet e que conseguiram preencher com sucesso um formulário de acesso ao Facebook. Surgiu assim a liberdade nova, que alargou a liberdade antiga, na medida em que alguns discutem assuntos novos, mas muitos desenterram assuntos antigos. É a beleza da liberdade das pessoas que têm internet. Como não percebem aquilo que as pessoas que estudam falam, elas próprias criam assuntos, dos quais se tornam especialistas.
Espero que nos próximos tempos surja uma associação defensora da viabilidade económica da escravatura, de modo a que os portugueses tenham oportunidade de votar no Fórum TSF se são a favor ou contra. Porque uma coisa é ser errado haver escravatura, outra coisa é decidirmos democraticamente que queremos escravatura. Não interessa se está errado, o que interessa é que muitos querem.
Sem comentários:
Enviar um comentário