Chile, 11 de setembro de 1973 – 2022 (49 anos)
No Chile, 49 anos depois, o sonho de Allende e do Povo chileno persiste e vive-se, lembramo-nos da melodia e do poema da "Canción del Poder Popular" (Inti Illimani).
Ver e ouvir a canção em: https://www.youtube.com/watch?v=ZhuUnvEQVbo
Hoje é dia de trazer à memória que (…) «o governo de unidade popular encabeçado por Allende em 1970 foi derrubado pelo golpe militar de Augusto Pinochet, com o apoio da CIA, três anos depois, num 11 de Setembro que Washington e os seus aliados não gostam de lembrar.» (…) (Jornal Avante)
Contudo, como escreveu Lenine (…) «conceber a história mundial como avançando sempre regularmente e sem escolhos, sem saltos por vezes gigantescos para trás, é antidialéctico, anticientífico, teoricamente incorreto.» (…) Portanto, a história é composta por sucessivos avanços e recuos.
E confirma-se porque a 11 de março de 1990, por força do plebiscito de 5 de outubro de 1988 e consequentes eleições a 14 de dezembro de 1989, Augusto Pinochet foi forçado a se ausentar do cargo de Presidente do Chile.
Desse instante em diante, o Chile viveu diversos avanços e recuos, tendo nos últimos 3 anos dado vários passos no sentido do progresso social e da justiça.
A 25 outubro de 2020 foi levado a cabo um plebiscito nacional (consulta popular) em resposta aos protestos massivos no Chile em 2019. Este plebiscito visou consultar os chilenos sobre a possibilidade de se redigir uma nova Constituição e decidir a quem seria atribuída esta redação: i) a uma Comissão Constituinte, constituída por membros eleitos diretamente para esta comissão ou; ii) ou a uma Comissão Constituinte Mista constituída por membros da legislatura vigente do parlamento chileno e por membros eleitos diretamente para esta comissão, destinando uma proporção de 50% a cada parte. Assim, por referendo, o povo chileno decidiu redigir uma nova Constituição. Também decidiu que essa redação tinha que ficar a cargo de uma Comissão Constitucional criada exclusivamente para este efeito.
A 19 de dezembro de 2021, na segunda volta das eleições presidenciais, o candidato progressista Gabriel Boric é eleito Presidente do Chile, suportado pela coligação política “Apruebo Dignidad (AD) 21”, na qual também se integra o Partido Comunista do Chile. A jovem quadro do Partido Comunista do Chile, Camila Vallejo (34 anos), assumiu a responsabilidade de Secretária-Geral deste Governo a 11 de março de 2022.
Redigida a nova Constituição, foi submetida a Referendo Constitucional a 4 de setembro de 2022. O resultado não foi o esperado. Não obstante, a quadro do Partido Comunista do Chile, Karol Cariola, também deputada eleita pelo Partido Comunista do Chile e porta-voz da campanha do Aprovo, afirmou: «Não desistiremos, porque a Constituição de 1980 não nos representa».
A deputada Karol Cariola, sabe que a história é composta por sucessivos avanços e recuos, porque não esquece que (…) «conceber a história mundial como avançando sempre regularmente e sem escolhos, sem saltos por vezes gigantescos para trás, é antidialéctico, anticientífico, teoricamente incorreto.» (Lenine).
Por isso mesmo, 49 anos depois, o sonho de Allende e do Povo chileno persiste e vive-se, lembramo-nos da melodia e do poema da “Canción del Poder Popular”, dos Inti Illimani, 1973:
Si nuestra tierra nos pide
tenemos que ser nosotros
los que levantemos Chile,
así es que a poner el hombro.
Vamos a llevar las riendas
de todos nuestros asuntos
y que de una vez entiendan
hombre y mujer todos juntos.
Porque esta vez no se trata
de cambiar un presidente,
será el pueblo quien construya
un Chile bien diferente.
Todos vénganse a juntar,
tenemos la puerta abierta,
y la Unidad Popular
es para todo el que quiera.
Echaremos fuera al yanqui
y su lenguaje siniestro.
Con la Unidad Popular
ahora somos gobierno.
La patria se verá grande
con su tierra liberada,
por que tenemos la llave
ahora la cosa marcha.
Ya nadie puede quitarnos
el derecho de ser libres
y como seres humanos
podremos vivir en Chile.
Sem comentários:
Enviar um comentário