domingo, 11 de setembro de 2022

TIANANMEN

DOCUMENTOS PUBLICADOS PELO WIKILEAKS REVELARAM

A farsa de Tiananmen

O su­posto mas­sacre na Praça Ti­a­nanmen, em 1989, nunca ocorreu, con­firmam do­cu­mentos se­cretos da em­bai­xada dos EUA em Pe­quim, di­vul­gados pelo Wi­ki­leaks. As in­for­ma­ções pu­bli­cadas pelo jor­na­lista Mal­colm Moore em ex­clu­sivo no Daily Te­le­graph atestam a versão de­fen­dida pelo go­verno chinês quanto ao factos ocor­ridos na Praça, a 4 de Junho da­quele ano.

No ar­tigo, Moore re­vela que a re­pre­sen­tação di­plo­má­tica norte-ame­ri­cana se en­con­trava ao cor­rente de que con­frontos po­diam estar imi­nentes em Pe­quim, mas que quando os sol­dados en­traram em Ti­a­nanmen não trans­por­tavam armas e ne­nhum tiro foi dis­pa­rado contra os par­ti­ci­pantes no pro­testo. Estes terão, in­clu­si­va­mente, ace­dido em aban­donar o local pa­ci­fi­ca­mente após ale­gada in­ter­venção de Liu Xi­aobo, agra­ciado em 2010 com o Prémio Nobel da Paz.

Estes úl­timos factos foram pre­sen­ci­ados por um di­plo­mata chi­leno que se man­tinha em co­mu­ni­cação com a em­bai­xada dos EUA e às or­dens desta. O seu tes­te­munho consta de um dos textos nos quais se ba­seia o jor­na­lista do diário bri­tâ­nico.

O ar­tigo do Te­le­graph re­cu­pera igual­mente a con­fissão, feita em 2009, pelo então cor­res­pon­dente da BBC na ca­pital da China. James Miles ad­mite que «trans­mitiu a im­pressão er­rada» e que «não houve mas­sacre na Praça Ti­a­nanmen».

Ainda se­gundo os do­cu­mentos do Wi­ki­leaks, a ale­gada re­pressão dos ma­ni­fes­tantes terá ocor­rido no centro de Pe­quim mas nas úl­timas se­manas de Maio e na noite an­te­rior à eva­cu­ação de Ti­a­nanmen, e isto quando as au­to­ri­dades terão su­pos­ta­mente ten­tado des­mo­bi­lizar as bar­ri­cadas que im­pe­diam o acesso à Praça. Estas in­for­ma­ções provêm, no en­tanto, de uma fonte anó­nima ci­tada pelo con­su­lado dos EUA em Shenyang. Pelo con­trário, na des­mo­bi­li­zação ne­go­ciada e or­deira de Ti­a­nanmen terá es­tado o lau­reado Liu Xi­aobo, afirma-se no Daily Te­le­graph.

Re­corde-se que, de acordo com o pro­fessor Do­me­nico Lo­surdo, Xi­aobo de­fendia, em 1988, que a China ne­ces­si­tava de ou­tros 300 anos de do­mi­nação co­lo­nial e de um agres­sivo pro­grama de pri­va­ti­za­ções para se tornar um país de­cente.

Estas con­vic­ções foram ex­pressas pelo agora Nobel da Paz em en­tre­vista ao South China Mor­ning Post, e, se­gundo Lo­surdo num ar­tigo da­tado de 2010, Xi­aobo mantém, no fun­da­mental, as suas teses para uma China de­mo­crá­tica.

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