«Eurico Borges nasceu em Chaves há 68 anos. Este artista plástico está a viver em Havana há 8 anos.
Em Cuba estão registados 65 portugueses dos quais 57 vivem em Havana». (...) Este é um pedaço da introdução que Hélder Reis fez ao emigrante português em Havana, num programa da RTP que se chama "Notícias do Meu País".
Registe-se o primeiro diálogo:
Hélder Reis : Grande amigo ...
Eurico Borges: Bem-vindo a Cuba, bem-vindo a Havana.
Hélder Reis: Isto é que são as boas-vindas a Havana.
Eurico Borges: Estamos no coração de Havana que é o Malecón, quilo que um poeta cubano chamava o sofá de Havana, onde toda a gente se vem sentar para namorar, para conversar. E aqui, dizem as más línguas, faz-se de tudo.
Hélder Reis: E foi este Malecón que te fez apaixonar por Cuba?
Eurico Borges: Eu tinha alguma relutância em vir a Cuba, porque as opiniões eram tão más, que eu não queria vir. Mas um dia, eu vivia em Madrid, acabei por aceder à vontade da minha companheira de então, e vim. Ao terceiro dia de estar aqui, eu chamei-a e tive uma conversa muito séria com ela e disse-lhe, eu não sei de como, mas eu venho viver para Cuba. As voltas que a vida dá.
Hélder Reis: E o que é que Cuba tem que Portugal não tem?
Eurico Borges: É um povo diferente. É um país diferente, que eu costume dizer que nos permite estar mais próximos do paraíso. É um país absolutamente sossegado e tranquilo.
Hélder Reis: Também é bom para cumprires a tua arte.
Eurico Borges: Obviamente que nesse aspecto não tem comparação, não tem paralelo no mundo. Um dos melhores ballets do mundo, para não dizer o melhor ballet do mundo está em Cuba. A música ... da melhor música do mundo está em Cuba. E isso porquê, Hélder? Porque realmente as pessoas podem ser aquilo que querem ser. As pessoas são mais felizes.
Hélder Reis: E tu, também?
Eurico Borges: Eu também. Por consequência, também.
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