domingo, 28 de fevereiro de 2021

HARRY BELAFONTE

Harold George Belafonte, Jr., músico, cantor, actor, activista político e pacifista norte-americano de ascendência jamaicana, nasceu em Nova Iorque a 1 de Março de 1927.

Um dos mais bem sucedidos artistas de origem caribenha da história, foi apelidado de "Rei do Calypso" por popularizar o ritmo caribenho nos Estados Unidos nos anos 50.

Durante a sua carreira tem sido um radical activista político, envolvido em lutas pelos direitos civis e diversas causas humanitárias.

Belafonte nasceu em Harlem, o bairro negro pobre da cidade de Nova Iorque e na infância viveu na Jamaica, país natal da sua mãe. De volta aos Estados Unidos, estudou numa escola pública da cidade e serviu na marinha durante a Segunda Guerra Mundial.

No fim dos anos 40, começou a ter aulas de arte dramática junto com Marlon Brando, Tony Curtis e Sidney Poitier, enquanto trabalhava junto ao teatro negro americano. Anos depois, receberia um prémio Tony pelo seu trabalho nos palcos da Broadway.

Belafonte sempre foi reconhecido como um dos grandes activistas políticos dos Estados Unidos e dos mais radicais. Apesar de famoso nas artes, isso nunca o protegeu da discriminação racial, especialmente no sul do país, onde se recusou a apresentar-se entre 1954 e 1961.

Neste período, como em muitos outros, foi colocado na Lista Negra pelo Macartismo, tendo dificuldades para trabalhar.

Grande seguidor do Movimento dos Direitos Civis e um dos confidentes de Martin Luther King, levantou milhares de dólares para libertar sob fiança centenas de manifestantes presos e foi um dos organizadores da famosa Marcha sobre Washington.

Em 1968, ele e a sua amiga, a cantora Petula Clark, protagonizaram uma cena pioneira na tv ianque, num programa especial da cantora britânica na rede NBC. Durante a gravação, enquanto cantavam juntos e sorriam um para o outro, Petula, branca, segurou por instantes nos braços e ombros de Harry, levando o patrocinador, da marca de automóveis Plymouth, a querer retirar a cena da edição final, por medo da reacção do público. Petula recusou-se ameaçando impedir a transmissão do programa todo, pois ele era de sua propriedade (The Petula Clark Show) e a questão, entre a gravação e a exibição provocou grande discussão na imprensa. Quando o show foi finalmente para o ar, sem cortes, provocando grandes índices de audiência, mostrava pela primeira vez na história duas pessoas de cores diferentes tendo contacto físico carinhoso durante uma transmissão de televisão.

Em 1985 foi um dos organizadores do grupo de artistas que gravou a famosa música "We Are the World" que vendeu milhões de cópias em todo mundo e ganhou um Prémio Grammy, e se apresentou ao vivo no super concerto Live Aid; em 1987 foi nomeado embaixador da boa vontade da Unicef. Nesta função, foi ao Ruanda e África do Sul, levantando fundos de ajuda e denunciando a miséria, exploração e racismo existente em grande escala no continente africano.

Desde o começo da sua carreira tem sido um feroz crítico da política externa ianque e, a partir dos anos 80, começou a fazer declarações polémicas aos meios de comunicação social, defendendo o fim do embargo económico a Cuba, elogiando as iniciativas de paz da ex-União Soviética, condenando a invasão de Granada, honrando a memória do Casal Rosenberg e elogiando Fidel Castro.

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