quarta-feira, 7 de abril de 2021

QUE FAZER?

QUE FAZER? - Por José Soeiro

QUE FAZER? … à falta do “sacanómetro” do camarada maior Joaquim PIRES JORGE… que bastante jeito faria em tantas circunstâncias… que  invocarei sempre com saudade...  resta esclarecer… clarificar… pôr a nu comportamentos e práticas… de “militantes bem comportados”… “bons e exemplares camaradas”… “sempre prontos a cumprir sem questionar orientações”... que em nada dignificam quem as pratica… muito menos menos quem as induz/leva/impõe invocando o Partido… este não ouvido nem achado na definição das mesmas… porque Partido Todos/Todas são as/os… como eu... nele inscritos... para tais comportamentos e práticas nunca ouvido... nelas me não revejo… muito menos a elas me sinto obrigado...

1. ...mas comecemos pelo “sacanómetro” de Pires Jorge

A cena passa-se na entrada da SPG num dos momentos conturbados da vida do Partido quando um então membro da Comissão Política do Comité Central ia a entrar para subir para a zona de acesso reservado…

Alguém que se encontrava junto da referida entrada, após a passagem do referido dirigente, faz o comentário:”lá vai outro sacana...”

Pires Jorge, tranquilamente sentado frente à recepção, ouviu...levantou-se calmamente e, chegando-se junto do autor do comentário, disse suficientemente alto para ser ouvido por quem ali estava por perto: “Sabes o que é pena Camarada?... É o Partido não dispor de um sacanómetro que nos permitisse medir a sacanice de cada um...veríamos então quantos de nós passavam daquela porta de entrada para dentro” e mais comentários não fez… 

2. … Conheci e convivi com Pires Jorge em Moscovo, quando estive em 1978/79 no curso para quadros do Partido no Instituto do Marxismo-Leninismo. Teríamos ambos uma longa história para contar sobre uma não menos longa discussão com a cátedra de economia sobre a distribuição da “mais valia” de Marx num sistema cooperativo que acabou por envolver todo o coletivo e que acabou no lamentável afastamento do jovem e excelente Professor de Economia que tínhamos no Instituto... o “Professor Porquê?”...mas esta seria outra história…e nestas “notas e reflexões” só têm cabimento situações que possam ser relevantes sobre o ponto de vista de princípios e clarificação de situações que, importa, fiquem bem esclarecidas…

3. … Voltei a encontrar o Pires Jorge 2 anos mais tarde... em Moscovo... em 1981, na condição de membro da delegação da Direção do PCP ao 26º Congresso do PCUS… para mim tão gratificante...  tanto me permitiu aprender... participar em reuniões com alguns dos mais altos responsáveis do PCUS e dirigentes dos Partidos Comunistas de todo o mundo… de que não resisto a deixar 3 fotos a lembrar que a História do Partido dos últimos 50 anos… é incompatível com apagamentos cirúrgicos… impróprios do Partido Democrático que somos… próprios de métodos stalinistas que há muitos anos repudiámos... condenámos… métodos sobre os quais muito aprendi no decurso desta viagem... métodos que só mentes doentias… podem teimar em defender e justificar… facilitando as campanhas dos inimigos do Marxismo-Leninismo cuja pureza juram defender… invocando o Que Fazer?...

4. … Mas, se Pires Jorge não fez então mais comentários, faço eu... no Agora... uma “nota e reflexão”... em defesa de “ Teu, Meu, Nosso, dos Trabalhadores, da Revolução Agrária”… do Partido.

É realmente uma pena não ter sido ainda inventado o famoso sacanómetro do Pires Jorge...  olhando para trás… poderíamos ter evitado ao Partido as consequências da ação de muitos/muitas boas/bons sacanas... fraccionistas (afirmassem-se eles e elas) da “boa” ou “má” fração... carreiristas...  stalinistas encartados... também por encartar... alguns dos quais deviam perder os dentes quando pronuncia(va)m o nome de Álvaro Cunhal... 

Com Álvaro Cunhal aprendi a condenar firmemente o stalinismo… como sempre dizia... “os fins não justificam o recurso a todos os meios ”... Stalin pensaria/praticava exatamente o contrário... sendo muitos os Camaradas que pagaram com a própria vida o seu “delito de opinião”… não estou a advogar a expulsão do Partido dos defensores do dito “bom fracionismo”… outras purgas não deixariam de ser... à boa moda stalinista... para purificar o Partido…  Não!.. defendo… isso sim… uma prática de acordo com os princípios consagrados nos Estatutos e o Programa do Partido… nada de mais... nem demais...

5. … tudo isto a propósito de uma nova “sacanice”… mais uma uma... ontem mesmo verificada… ao contactar… não o escondo com muitas relutância… dadas as “sacanices” anteriores… muitas… demasiadas... alguém… tudo o indica mal escolhido… como porta-voz… no Alentejo… da “REFORMA AGRÁRIA – A Revolução no Alentejo”… apesar  de na mesma nunca ter tido intervenção como Trabalhador de UCP ou Cooperativa… de funcionário ou dirigente de estruturas representativas destas... de Dirigente/Delegado Sindical… ou Dirigente do Partido… que nesse período não o era…

6. … atendeu a chamada… ao silêncio se remeteu ao aperceber-se que comigo falava… insisti no sentido de estabelecer diálogo... tratar o que tratar se impunha… porque de interesse do Partido… dos Trabalhadores… da “REFORMA AGRÁRIA – A Revolução no Alentejo” se tratava… esperei... desliguei… Surpreendido?… Não!… apenas mais decidido que nunca a intervir para que práticas e comportamentos como este se não repitam… para que outros apagamentos/exclusões se não verifiquem… porque nunca é tarde para corrigir erros… aprender nos mesmos… até acredito que partilhemos o mesmo Ideal Comunista… assim sendo nada estará perdido...

7. … como tive oportunidade de dizer recentemente a um camarada que muito estimo/considero… no Agora... nem eu passaria pelo “sacanómetro” do meu grande Camarada e Amigo Pires Jorge… desconfiado… calculista… indisciplinado… indignado… revoltado... me fui tornando… desde o longínquo dia em que saí da Comissão Política para lá não mais voltar… a ela tendo voltado sem o mesmo ser… nela tendo continuado mais 6 anos… sem nada deixar transparecer... até à formalização ... havia muito decidida... da minha saída...  no XVII Congresso… desde então apagado… como se não existira… como se Partido não continuasse a ser… como se o Partido… ao contrário de outros/outras... não tivesse continuado a servir com lealdade… como se da sua História… como tantos outros/outras não fosse parte…

8. … ATÉ QUANDO CAMARADAS… ATÉ QUANDO?!...

Anexos:

Fotos do XXVI Congresso do PCUS

Foto do Camarada Maior e Amigo Pires Jorge

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